Nesta segunda-feira (10/6), a Promotoria de Justiça de Guararema apresentou uma denúncia contra um casal por tortura, lesão corporal e falsidade ideológica. As vítimas das agressões eram os próprios filhos do casal, e uma das crianças acabou falecendo devido aos maus-tratos.
O caso veio à tona após a morte de uma das crianças, que não resistiu às agressões. A Promotoria detalhou que as agressões eram frequentes e que os pais tentavam ocultar os sinais de violência. A denúncia foi formalizada pelo promotor Bruno Arneiro Soares.
Segundo a investigação, o pai adotivo, Marcelo Bezerra Leão, confessou ter espancado o filho após o menino pegar comida sem permissão. A mãe, Margarete Franco Leão, foi acusada de omissão, pois sabia das agressões e não tomou nenhuma medida para proteger as crianças.
No dia do crime, a criança foi levada para a Santa Casa de Guararema e, posteriormente, para o Hospital Luzia de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes, mas não resistiu aos ferimentos. A polícia prendeu Marcelo logo após ele confessar o crime, e Margarete foi detida horas depois.
Testemunhas relataram que as crianças apresentavam escoriações e cicatrizes de agressões anteriores. O filho biológico do casal confirmou em depoimento que o pai frequentemente agredia os irmãos adotivos.
Marcelo, que já atuou como conselheiro tutelar por cinco meses, e Margarete, professora da rede municipal de ensino, tentaram justificar as lesões da criança como resultado de uma queda de escada. No entanto, a versão foi desmentida pela confissão de Marcelo e pelos laudos médicos.
A Promotoria destacou que a mãe adotiva tentou ocultar a verdadeira causa das lesões, o que agravou sua situação judicial. Ambos os acusados permanecem presos enquanto aguardam o julgamento.
O caso gerou grande comoção na comunidade de Guararema e levantou questões sobre a eficácia dos mecanismos de proteção infantil. A denúncia inclui acusações de tortura, lesão corporal e falsidade ideológica, refletindo a gravidade dos atos cometidos pelo casal.
A Promotoria continua a investigar o caso e a coletar depoimentos para fortalecer a acusação. A expectativa é que o julgamento ocorra em breve, trazendo justiça para as vítimas e servindo de alerta para casos semelhantes.